Executivos em reunião formal revisando documentos de governança corporativa em sala moderna

Eu já vi empresas brilharem e outras afundarem, muitas vezes por pequenas escolhas. O tempo revela que, mais cedo ou mais tarde, a governança faz diferença. Afinal, ela não é só burocracia, mas a forma como os donos garantem que sua empresa mantenha o rumo certo, proteja o legado e crie valor de verdade. Daí, pouco importa o setor: rever a governança periodicamente é tão necessário quanto respirar. E, sim, há sinais claros de quando ela está pedindo por atenção. Compartilho aqui os oito mais gritantes, que encontrei ao longo dos anos, e que a Artti Capital lida todos os dias junto a empresários que querem mais do que somente sobreviver.

Quando a governança começa a falhar?

Sinceramente, quase nunca começa de forma escandalosa. Às vezes, é só um ruído, um papel fora de lugar, uma decisão atravessada. Logo vira eco no conselho, causa conflitos silenciosos e impacta resultados. Por isso mesmo, reconhecer os sinais é meio caminho andado para corrigir a trajetória. Separei os que considero os principais.

Equipe de diretoria reunida à mesa discutindo documentos e gráficos

1. Decisões centralizadas e pouca transparência

Se tudo depende exclusivamente do dono, ou de uma única pessoa, algo não anda bem. Eu já vi empresas onde absolutamente nenhum investimento ou contratação acontecia sem o aval do fundador. No começo, pode funcionar. Depois, trava. Os times esperam, desistem, ou agem por conta própria. Decisões engessadas se tornam inimigas do crescimento.

A centralização é sinal de alerta e pode sufocar o verdadeiro potencial de uma empresa.

Da mesma forma, processos e critérios escusos viram combustível para fofoca e desconforto. Sem uma política clara de como decidir, quem decide, e para quem presta contas, a confiança se dilui rapidinho. E uma governança enfraquecida costuma nascer disso.

2. Falta de alinhamento entre sócios e gestores

Toda vez que vejo sócios batendo cabeça na frente dos times, sei que a governança está fragilizada. Divergências quanto ao propósito, estratégia ou até prioridades do dia a dia criam um clima pesado. Sem consenso, a empresa navega sem direção e arrisca perder o foco no longo prazo.

E não é só entre sócios, se a alta gestão não fala a mesma língua ou discute metas distintas, as equipes começam a se desmobilizar. Já presenciei negócios perderem dinheiro (e bons profissionais) por pura falta de alinhamento interno.

3. Ausência de políticas e processos claros

Nenhuma empresa cresce saudável no improviso. Quando as regras mudam conforme o humor do dono ou do gestor, abrem-se portas para injustiças, erros e amadorismos. Tenho o costume de perguntar: "Existe um roteiro para decisões importantes? Como funcionam promoções, demissões, avaliações, prestações de contas?". Se a resposta é um silêncio ou frases vagas, vejo espaço para revisão urgente da governança.

  • Políticas claras previnem arbitrariedade
  • Processos definidos ajudam na rápida tomada de decisão

Você pode conferir alguns exemplos práticos de políticas de governança em artigos dedicados que desenvolvi ao acompanhar clientes em diferentes setores.

4. Resultados financeiros imprevisíveis

Não é raro ouvir de empresários que o resultado financeiro do mês é sempre uma surpresa. Isso pode ser até empolgante no curto prazo, mas me preocupo com empresas que vivem de sustos. Uma governança funcional prevê ferramentas para monitorar tendências, receitas e despesas, e evita depender da sorte.

Surpresas só são boas no aniversário.

Oscilação constante nas finanças revela, quase sempre, uma governança débil.

5. Conflitos frequentes e não gerenciados

Brigas e mal-entendidos acontecem em toda empresa. A diferença está em como se lida com eles. Casos recorrentes de desentendimentos, sejam entre sócios, gestores ou times, indicam que algo tampouco foi pensado em como resolver crises. E mais: a ausência de mediação, fóruns de conversa, práticas de feedback e registro de decisões coloca ainda mais lenha na fogueira.

Tem um artigo no blog sobre como pequenas falhas nesse quesito vão se acumulando, vale a leitura lá na categoria de governança.

6. Falta de sucessão estruturada

Pouco se fala, mas esse é dos maiores fantasmas do empresário dono. Já presenciei casos em que toda a operação dependia de uma pessoa, e, no dia em que ela precisou se afastar, a empresa travou. Se não há plano de sucessão, o risco de interrupção nas operações é altíssimo.

A governança saudável constrói caminhos para o futuro, preparando novos líderes e dando previsibilidade para o negócio seguir, mesmo se o fundador sair de cena.

Mesa de reunião com gráficos de sucessão e pessoas analisando planos

7. Falta de visibilidade e prestação de contas

Transparência é palavra que muitos usam, mas poucos praticam. Uma das minhas perguntas rotineiras em diagnósticos na Artti Capital é: "Como está seu fluxo de informações entre diretorias, conselhos e sócios?". Se a resposta vem cheia de rodeios, é sinal amarelo piscando forte.

A falta de relatórios periódicos, reuniões registradas e comunicação formal atrapalha a visão clara sobre o negócio.

Ninguém gosta de ser cobrado sem clareza, nem de cobrar sem informação. Por isso, revisar como se faz a prestação de contas pode ser transformador.

8. Baixa aderência à governança ambiental, social e de compliance

Hoje em dia, não basta só olhar para dentro. Investidores e clientes estão atentos às práticas ambientais, sociais e de integridade. Empresas que não demonstram responsabilidade nesses pontos perdem oportunidades, e pontos na reputação.

E aqui entra também o cuidado com controles internos, ética e elaboração de códigos de conduta. Se estes temas são ignorados ou tratados superficialmente, pode apostar: está na hora de mexer na governança.

Aliás, no blog da Artti Capital há sugestões de como dar os primeiros passos nessa frente. Recomendo buscar na ferramenta de busca para encontrar conteúdos relacionados.

Por onde começar se você identificou os sinais?

Se algum desses sinais soa familiar, não é motivo para desespero. O ponto positivo é que, ao admitir a necessidade de revisão, o primeiro passo já foi dado, aquele em que deixamos o orgulho de lado para colocar a empresa em outros patamares.

Compartilho o que costumo propor nesse primeiro instante:

  • Ouça o time: crie canais para ouvir os envolvidos
  • Revise processos com alguém de fora, neutro, para revelar o que ficou invisível
  • Busque formar um conselho, nem que seja consultivo, para amadurecer as decisões
  • Planeje e registre metas claras

Se precisar aprofundar, dá para entender mais sobre mentoria empresarial na categoria do blog da Artti Capital, várias experiências práticas por lá.

Conclusão: Valor real começa na governança

Quando penso na missão da Artti Capital, vejo o quanto ela conecta com esse tema. Ajudar empresários a transformar legado em valor duradouro passa, necessariamente, por governança saudável. Ficar atento aos sinais e agir a tempo não só salva empresas, mas abre portas para crescimento, impacto e história de verdade. Por isso, convido você: queira saber mais, converse com a equipe Artti Capital, descubra nossas soluções em gestão de valor econômico e governança, e permita-se garantir um caminho de perenidade para sua história.

Perguntas frequentes sobre governança e sua revisão

O que é governança corporativa?

Governança corporativa é o conjunto de práticas, regras e processos adotados por uma empresa para garantir que ela seja administrada de forma transparente, ética e com foco no alinhamento dos interesses de sócios, gestores e demais envolvidos. Ela serve como um pano de fundo que sustenta decisões estratégicas e previne riscos, dando clareza e confiança a todos da organização.

Como saber se preciso revisar a governança?

Na minha experiência, sinais como decisões centralizadas, conflitos constantes, ausência de processos claros e resultados financeiros imprevisíveis indicam a necessidade de revisão. Se perceber algum desses pontos ou mais, repensar a governança passa a ser urgente.

Quais são os principais sinais de má governança?

Os principais sinais que observo são: centralização das decisões, desentendimentos entre sócios, falta de políticas, ausência de prestação de contas, conflitos recorrentes, problemas de sucessão, lapsos em compliance e resultados inconsistentes. Qualquer um deles merece atenção imediata.

Quando devo revisar a governança da empresa?

Não existe hora exata, mas momentos de mudança, como expansão, entrada de sócios, sucessão ou crises, costumam exigir revisão profunda. Recomendo também revisitar a governança ao menos periodicamente, mesmo sem sinais explícitos de problema, como medida preventiva.

Quais os benefícios de uma boa governança?

Além de proteger o negócio de riscos, uma governança fortalecida aumenta o valor da empresa, atrai investidores, reduz conflitos e promove continuidade. Empresas com governança bem estruturada tendem a crescer com mais consistência e legado.

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Arthur Garutti

SOBRE O AUTOR

Arthur Garutti

empresário, investidor e mentor de donos de empresas, com mais de 20 anos de trajetória na construção e transformação de negócios. Investidor em mais de 150 startups pela ACE Ventures e fundador da Artti Capital, atua na intersecção entre gestão, capital e perenidade, ajudando empresas a criarem valor real com base na Gestão Baseada em Valor (GBV). Dono da Fabenne, a primeira DNVB de vinhos do Brasil, também é professor e palestrante reconhecido no ecossistema de inovação.

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